
Como ajustar o ERP e o SPED para CBS e IBS?

A partir de 2026, empresas deverão adaptar seus sistemas ERP e SPED para incluir o cálculo, registro e escrituração dos novos tributos CBS e IBS da Reforma Tributária.
A Reforma Tributária mudará completamente a forma como as empresas brasileiras registram e declaram seus tributos. A introdução do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) exigirá adequações tanto nos sistemas de gestão empresarial (ERP) quanto na escrituração fiscal digital (SPED). Essas mudanças impactam diretamente a rotina contábil, fiscal e de TI das organizações, tornando essencial iniciar o processo de adaptação ainda em 2025.
A transição não será apenas uma atualização de campos ou códigos. Ela envolve uma reorganização completa das regras de cálculo e apuração, que passarão a considerar as novas bases de incidência, alíquotas unificadas e créditos não cumulativos. Além disso, o governo deverá criar novos layouts do SPED Fiscal e Contribuições, padronizando o envio das informações referentes ao IBS e CBS. Empresas que não se prepararem a tempo poderão enfrentar inconsistências, erros de validação e multas por não conformidade.
Para garantir a conformidade, será necessário revisar o ERP — que centraliza a emissão de notas fiscais, controle de estoque, faturamento e contabilização — e ajustá-lo para os novos tributos. Os campos que hoje registram ICMS, ISS, PIS e Cofins serão substituídos ou adaptados para o IBS e a CBS, exigindo integração com as novas tabelas e classificações fiscais criadas pela Receita Federal.
Como adequar o ERP para o novo modelo tributário?
A adequação do ERP começa com uma análise técnica de sua estrutura fiscal e contábil. É preciso identificar todos os pontos do sistema que calculam, registram ou armazenam tributos que serão substituídos, garantindo que o novo modelo seja implementado corretamente. Isso inclui mapeamento das regras de tributação, revisão de tabelas NCM e CFOP, e atualização dos parâmetros fiscais.
Além disso, o ERP deve ser preparado para gerar automaticamente as informações exigidas para o SPED, já adaptado à CBS e ao IBS. Isso exige uma integração mais profunda entre os módulos fiscal, contábil e financeiro, garantindo que os créditos e débitos sejam registrados no momento certo e de forma rastreável.
Outra medida essencial é a criação de relatórios de simulação, que permitirão testar os novos cálculos com base nas alíquotas de transição de 2026 e 2027. Esse acompanhamento prévio evitará erros de configuração e inconsistências quando o modelo entrar em vigor de forma definitiva.
Empresas com ERPs personalizados ou sistemas legados precisarão avaliar se vale mais a pena atualizar o sistema atual ou migrar para uma versão mais moderna, capaz de acompanhar as mudanças legais e fiscais.
Como o SPED será impactado pela Reforma Tributária?
O SPED (Sistema Público de Escrituração Digital) também passará por uma reestruturação. O modelo atual, que contempla arquivos separados para ICMS, ISS, PIS e Cofins, será substituído por um layout unificado, abrangendo as obrigações referentes ao IBS e à CBS. Essa mudança visa simplificar o envio das informações e eliminar duplicidades entre as esferas federal, estadual e municipal.
Com a unificação, as empresas deverão enviar um único arquivo digital, contendo dados integrados de entradas, saídas, apuração e créditos tributários. Isso tornará o processo mais simples, mas exigirá precisão total na coleta das informações. Qualquer erro de classificação fiscal poderá afetar diretamente o cálculo de créditos e débitos, impactando o valor final do tributo devido.
Além disso, o SPED Contábil precisará refletir o novo modelo de apuração de créditos financeiros, exigindo integração automática com o ERP e validação de todos os lançamentos fiscais. O objetivo é garantir que a escrituração digital mantenha coerência com as novas regras de não cumulatividade e com a base unificada dos tributos.
Empresas que mantiverem registros inconsistentes ou fora do padrão poderão ser bloqueadas nos sistemas de transmissão e enfrentar retrabalhos e autuações.
Passos para preparar ERP e SPED para CBS e IBS
Para uma transição segura, as empresas devem adotar um plano de ação estruturado que envolva as áreas contábil, fiscal, tecnológica e de compliance. Veja as etapas essenciais:
- Mapear os impactos da Reforma Tributária em cada processo fiscal e contábil da empresa.
- Atualizar o ERP com as novas tabelas fiscais, parâmetros de crédito e bases de cálculo de IBS e CBS.
- Treinar equipes fiscais e de TI sobre os novos conceitos e obrigações acessórias.
- Simular operações utilizando as alíquotas de transição para validar cálculos e registros.
- Acompanhar os manuais oficiais do SPED e ajustar os layouts conforme as publicações do fisco.
Implementar essas ações ainda em 2025 será determinante para evitar problemas no primeiro ano de vigência.
Considerações finais
A implantação do IBS e da CBS transformará o sistema tributário brasileiro e exigirá um novo padrão de integração entre o ERP e o SPED. As empresas que se prepararem com antecedência terão um processo de transição tranquilo, sem prejuízos operacionais ou fiscais.
A Montezzi Contabilidade auxilia empresas a ajustar seus sistemas, parametrizar corretamente os novos tributos e garantir a conformidade com as exigências do fisco. Com planejamento, acompanhamento técnico e atualização constante, é possível transformar a Reforma Tributária em uma oportunidade de modernização e eficiência fiscal.










