Marcio Montezzi • 17 de julho de 2025

Como abrir empresa para engenheiro e pagar menos tributos?


Como abrir empresa para engenheiro e pagar menos tributos?

Engenheiros podem pagar menos tributos ao atuar como pessoa jurídica com enquadramento fiscal adequado

Engenheiros que atuam como pessoa física são tributados com alíquotas elevadas de IRPF, que podem chegar a 27,5%, além de contribuição ao INSS. Ao abrir empresa, é possível optar por regimes como o Simples Nacional ou Lucro Presumido, com alíquotas significativamente menores e possibilidade de dedução de despesas operacionais, resultando em economia tributária efetiva.


A formalização como pessoa jurídica (PJ) permite emitir nota fiscal, firmar contratos com empresas públicas e privadas, contratar equipe e até escalar os serviços com mais segurança jurídica. Além disso, a contabilidade pode estruturar a empresa com base em cenários que favorecem o enquadramento no anexo III do Simples Nacional, com alíquotas a partir de 6%, desde que atendido o fator R.


O primeiro passo é escolher a natureza jurídica – geralmente Sociedade Limitada Unipessoal (SLU) – e o CNAE adequado à atividade de engenharia. A partir disso, o contador realiza o registro na Junta Comercial, obtém o CNPJ na Receita Federal e regulariza a empresa na Prefeitura para emissão de nota fiscal.


Com o CNPJ ativo, é possível deduzir despesas com softwares técnicos, aluguel de escritório, cursos, transporte, plano de saúde e equipamentos, melhorando a lucratividade da atividade. O apoio contábil é essencial para garantir que a estrutura esteja correta desde o início e para fazer o melhor planejamento tributário possível.


Quais são os principais benefícios de abrir empresa para engenheiro?

O primeiro benefício é a economia tributária. Ao sair da tributação como pessoa física e migrar para a pessoa jurídica, o engenheiro pode reduzir sua carga de impostos de 27,5% (IRPF) para algo entre 6% e 16%, dependendo do regime adotado e da estrutura da empresa. Essa diferença representa uma economia significativa no fim do mês.


Além disso, o CNPJ permite emitir notas fiscais para clientes corporativos, participar de licitações, fechar contratos com prefeituras, órgãos públicos e empresas que exigem formalização. Muitos contratantes preferem ou até exigem que o profissional atue como PJ, especialmente em obras e projetos de médio e grande porte.


Outro ponto importante é a possibilidade de deduzir legalmente despesas do dia a dia profissional, como aluguel de sala, deslocamentos, equipamentos, sistemas de cálculo estrutural ou modelagem 3D, e até plano de saúde empresarial. Esses gastos reduzem a base de cálculo dos tributos e aumentam a eficiência financeira do negócio.


Qual é o melhor regime tributário para engenheiros?

O Simples Nacional e o Lucro Presumido são os regimes mais usados por engenheiros que optam por atuar como pessoa jurídica. No Simples Nacional, a atividade pode ser tributada no Anexo III ou V. Para se enquadrar no Anexo III (com alíquota inicial de 6%), o engenheiro precisa atender ao fator R – ou seja, ter uma folha de pagamento equivalente a pelo menos 28% do faturamento bruto.


Caso o fator R não seja atendido, a tributação ocorre no Anexo V, com alíquotas iniciais de 15,5%, o que pode tornar o regime menos vantajoso. Ainda assim, o Simples é mais simples de administrar, com unificação dos tributos em uma única guia e obrigações acessórias reduzidas.


Já o Lucro Presumido é recomendado para engenheiros com faturamento mensal mais alto e estrutura mais enxuta, pois a carga tributária gira em torno de 13,33% sobre o faturamento. Nesse regime, é possível ter mais controle sobre os custos dedutíveis e aproveitar melhor a estrutura de despesas operacionais, além de ser mais competitivo em licitações que exigem estrutura contábil completa.


Qual CNAE um engenheiro deve escolher para pagar menos impostos?

O CNAE mais utilizado para engenheiros que prestam serviços técnicos é o 7112-0/00 – “Serviços de engenharia”. Esse código é aceito tanto no Simples Nacional quanto no Lucro Presumido, e permite a emissão de nota fiscal de serviços de projetos, consultorias, supervisão e execução técnica de obras e instalações.


É importante avaliar, com a contabilidade, se outros CNAEs devem ser incluídos de forma secundária, caso o engenheiro também preste serviços de laudos técnicos, perícias, medição de obras ou gerenciamento de contratos. A escolha errada do CNAE pode levar à tributação indevida, exclusão do Simples ou dificuldades em contratos com o setor público.


A definição correta dos CNAEs garante também que os tributos sejam calculados com base nas alíquotas certas e que os contratos com clientes estejam compatíveis com a nota fiscal emitida. É uma etapa fundamental do planejamento tributário e deve ser feita com suporte técnico desde a abertura da empresa.


Como é o processo para abrir empresa para engenheiro?

O processo para abrir uma empresa para engenheiro segue 6 etapas principais:

  1. Definição da natureza jurídica – geralmente SLU.
  2. Escolha do CNAE correto com foco em economia tributária.
  3. Elaboração do contrato social com contador.
  4. Registro na Junta Comercial do estado.
  5. Emissão do CNPJ junto à Receita Federal.
  6. Liberação do Alvará e inscrição municipal na Prefeitura.


Após isso, a empresa já pode emitir nota fiscal, contratar funcionários, abrir conta bancária PJ e começar a operar legalmente. A contabilidade será responsável por manter os tributos atualizados, apurar o regime correto e enviar as obrigações acessórias periódicas exigidas pela Receita Federal e órgãos municipais.


Com o apoio de um escritório especializado, esse processo leva cerca de 3 a 5 dias úteis, desde que toda a documentação do engenheiro esteja regularizada. O contador também poderá orientar sobre qual regime escolher com base no faturamento projetado, estrutura de despesas e perfil de atuação profissional.


Conclusão

Para engenheiros, abrir empresa e atuar como PJ não é apenas uma formalidade: é uma estratégia para pagar menos impostos, crescer com segurança e ampliar as oportunidades de negócio. A escolha do regime tributário, do CNAE e da estrutura jurídica correta exige suporte contábil especializado. A Montezzi Consultoria orienta engenheiros de todo o Brasil nesse processo com planejamento tributário, abertura da empresa e gestão contábil completa.

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