Marcio Montezzi • 14 de novembro de 2023

Como funciona a contabilidade de uma incorporadora?

Como funciona a contabilidade de uma incorporadora

A contabilidade de incorporadora registra custos de construção, vendas, e gere fluxo de caixa projetado e real até a entrega do empreendimento.

A contabilidade de uma incorporadora lida com aspectos complexos e específicos do setor imobiliário. Essa complexidade decorre da natureza das operações de incorporação imobiliária, que envolvem grandes projetos e um ciclo longo de vendas e construção. A contabilidade nesse contexto deve registrar e gerenciar todos os custos associados ao desenvolvimento de imóveis, desde a aquisição do terreno até a construção e venda das unidades. Isso inclui o acompanhamento das variações nos custos de construção, o reconhecimento de receitas e a alocação de despesas ao longo do tempo.


O reconhecimento de receita em uma incorporadora é guiado pelo regime de competência e pelas normas específicas para o setor, como o CPC 47 - Receita de Contrato com Cliente. As vendas dos imóveis são reconhecidas em diferentes estágios, dependendo do progresso da construção e das condições contratuais. O método de percentual de conclusão é frequentemente utilizado, reconhecendo a receita com base na proporção do projeto que foi concluída.


As despesas de uma incorporadora são tratadas de forma que refletem o ciclo de vida do projeto de incorporação. Despesas com marketing, comissões de vendas e custos administrativos são monitorados e alocados aos projetos correspondentes. A depreciação dos ativos, como equipamentos e estruturas temporárias usadas na construção, também é calculada e registrada, impactando o resultado do exercício.


A contabilidade de uma incorporadora deve estar atenta às regulamentações fiscais e tributárias, gerenciando impostos sobre a propriedade, tributos sobre a renda e contribuições sociais. A legislação tributária pode afetar significativamente a forma como os rendimentos e custos são registrados e relatados. Por isso, a contabilidade para incorporadoras é fundamental para o planejamento estratégico, fornecendo informações precisas para a tomada de decisão e para a manutenção da saúde financeira da empresa.

Qual a melhor tributação para uma incorporadora?

A melhor tributação para uma incorporadora no Brasil depende de diversos fatores, incluindo o tamanho da empresa, o volume de negócios e as particularidades dos projetos imobiliários. O regime de tributação deve ser escolhido após uma análise cuidadosa das operações da empresa e com a orientação de um contador especializado no setor imobiliário. As incorporadoras podem optar entre o Lucro Presumido, o Lucro Real e, em alguns casos, o regime do Simples Nacional, cada um com suas particularidades e benefícios fiscais específicos.


O Lucro Presumido geralmente é adequado para incorporadoras de médio porte, oferecendo simplicidade no cálculo dos tributos e dispensando a empresa de controles fiscais mais complexos. Este regime tributário presume um lucro sobre a receita bruta da empresa, e, embora ofereça um cálculo simplificado, nem sempre resulta na menor carga tributária possível. Por outro lado, o Lucro Real é mais indicado para incorporadoras com alta margem de lucro e grandes volumes de receita, pois permite deduzir uma série de custos e despesas operacionais efetivamente incorridos no processo de incorporação.



A escolha do regime tributário deve ser feita com base em um planejamento tributário estratégico, que considere não apenas as condições atuais da empresa, mas também suas expectativas de crescimento e projetos futuros. A legislação tributária brasileira oferece algumas opções de incentivos fiscais para o setor da construção civil e incorporação imobiliária, que podem ser aproveitadas dependendo do regime tributário adotado. Dessa forma, a incorporadora pode otimizar sua carga tributária e melhorar sua competitividade no mercado.

Quais os impostos de uma construtora e incorporadora?

As construtoras e incorporadoras estão sujeitas a uma gama de impostos que devem ser cuidadosamente gerenciados para manter a conformidade legal e a viabilidade financeira. Primeiramente, é importante identificar o regime tributário sob o qual a empresa opera, que pode ser o Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido, cada um com suas especificidades e obrigações fiscais​​.


No Simples Nacional, por exemplo, as construtoras são tributadas conforme o Anexo IV, com uma alíquota inicial de 4,50% que engloba diversos impostos como IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social)​​. Já no que diz respeito aos tributos gerais do setor, as construtoras e incorporadoras devem estar atentas ao pagamento de impostos como INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), IRPJ, ISS (Imposto Sobre Serviços), PIS (Programa de Integração Social), CSLL e COFINS​​​​.



Especificamente, o ISS (Imposto Sobre Serviços) é um tributo municipal cuja alíquota varia entre 2% e 5% do preço do serviço prestado, sendo uma constante para todas as empresas e profissionais autônomos que fornecem serviços na área da construção civil​​. A gestão eficaz desses impostos é crucial para a saúde financeira das construtoras e incorporadoras, requerendo um planejamento tributário detalhado e a consulta regular com profissionais de contabilidade especializados no setor.

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